Expedição leva cestas básicas e material de higiene aos Guatós e Pirigara, destacando a importância da colaboração entre governo e Marinha do Brasil.
Após percorrer 1.600 quilômetros no Pantanal Mato-Grossense, desde Cáceres até as aldeias dos Guatós e dos Pirigara, o Navio Escola Piquiri atracou ontem na baía de Cáceres, sua sede oficial.
A jornada do Piquiri teve início no meio deste mês, singrando as águas do Rio Paraguai e dos rios São Lourenço, Piquiri e Cuiabá, levando a bordo cestas básicas para socorrer os indígenas pantaneiros nas aldeias dos Guatós e dos Pirigara, que estão situadas no ermo da Planície Pantaneira e que foram duramente afetadas pelas queimadas registradas há cerca de quatro anos consecutivos desde 2019.
A fome abateu-se sobre as duas povoações originárias do Pantanal, que estão há séculos sobrevivendo e mantendo suas culturas como no antanho. A cessão das cestas básicas e material de higiene é uma iniciativa do governo estadual através da Secretaria de Assistência Social, dentro do programa Ser Família, implantado na atual gestão.
Como o acesso a essas duas aldeias é complicado, o governo de Mato Grosso pediu apoio da Marinha do Brasil, que de pronto cedeu o Navio Piquiri e sua tripulação, sob comando do suboficial Clodoaldo Acyoli, enquanto que a coronel PM Grassielle Bugalho coordenou a entrega, ela que atua como secretária de Assistência Social em Mato Grosso.
Mensagem a Garcia é uma frase recorrente nos quartéis no mundo inteiro. No Brasil, e notadamente na Marinha, se apreende a importância dessa célebre frase. Narrou um jornalista norte-americano em um artigo de pouca circulação no ano de 1899, no qual trazia esse título.
No decorrer da até então despretensiosa redação, ele conta que no conflito dos Yankees contra Cuba, insurgiu um líder chamado Garcia, nos confins da ilha cubana. Logo chegou aos ouvidos do presidente dos EUA, que queria fazer um contato e ofertar ajuda bélica a Garcia. Mas como encontrar o Garcia? Então redige uma carta e designa um marinheiro à missão de entregá-la ao revoltoso Garcia.
Certa madrugada, em um ponto do litoral cubano, o portador desembarca e se embrenha na densa floresta cubana, até encontrar o Garcia. Dias após a publicação, o artigo chega aos grandes veículos de comunicação do Tio Sam e, em pouco tempo, explode no país inteiro. O texto é traduzido pela União Soviética e cada soldado russo tinha como espécie de livreto durante a guerra contra o Japão. Então, os generais japoneses notam que cada um dos russos feitos prisioneiros de guerra possuía um livreto desses com o título e a saga da mensagem a Garcia. Logo traduzem para os soldados japoneses a mesma mensagem.
A missão do Piquiri nas longínquas aldeias pantaneiras, sob o mormaço de maio, ou sob chuvas e temperaturas geladas, fez o repórter puxar aos neurônios e correlacionar as duas missões: a de Garcia e a do Piquiri.
Por João Arruda