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Entre história e preservação, evento celebra 50 anos do tombamento do Forte de Coimbra !

Publicada em: 24/11/2024 08:41 - Corumbá - MS


Entre debates, visitas guiadas e palestras, o evento em Corumbá celebra a história de uma fortificação que guarda tanto o passado quanto os desafios do futuro


No Rio Paraguai, onde o Brasil encontra suas fronteiras com a Bolívia, o Forte de Coimbra, com suas paredes de rocha basáltica, permanece como um testemunho do tempo. Construído no século XVIII, ele não é apenas uma peça de arquitetura militar portuguesa: é um símbolo de resistência, palco de conflitos bélicos e guardião de histórias que ainda hoje ecoam.

Para marcar os 50 anos do tombamento pelo IPHAN, um evento entre os dias 21 e 23 de novembro, em Corumbá, pretende revisitar o legado do Forte e discutir os desafios de sua preservação. Organizado por instituições como o CAU/MS, o IPHAN/MS e a UFMS, além do Exército Brasileiro, o encontro reúne palestras, visitas guiadas e apresentações culturais, unindo a comunidade local e especialistas.

Um Forte e sua história - Localizado no distrito de Coimbra, em Corumbá (MS), o Forte foi tombado em 1974 e inscrito nos Livros do Tombo Histórico e Paisagístico. Pertencente ao Exército Brasileiro, ele é mantido pela 3ª Companhia de Fronteira, uma unidade da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira/Comando Militar do Oeste.

João Henrique dos Santos, superintendente do IPHAN/MS, destaca que a construção vai além de sua imponência arquitetônica. “O Forte de Coimbra é uma das poucas fortificações no Brasil que teve o que chamamos de ‘batismo de sangue’, por ter sido palco de conflitos bélicos. Além disso, suas características arquitetônicas e paisagísticas o tornam um patrimônio único,” afirma.

A fortificação, feita de rocha, saibro e cal, é um exemplo raro de sobrevivência. Mas também é um lembrete das tensões que marcaram a consolidação das fronteiras brasileiras.

O presente (e o futuro) de Coimbra - O evento que comemora o tombamento não é apenas sobre o passado. Ele busca envolver jovens e ampliar o entendimento sobre a importância de preservar o patrimônio. “Queremos conectar os jovens com a história e mostrar por que o Forte é relevante para a identidade cultural do estado e do país,” explica Lauzie Xavier, coordenadora da Câmara Temática de Patrimônio do CAU/MS.

A programação inclui visitas ao próprio Forte, ao Casario do Porto e ao Instituto Homem Pantaneiro, além de palestras abertas ao público. Entre os destaques, está a participação de Rubens Moraes da Costa Marques, autor da Trilogia do Patrimônio Histórico e Cultural de Mato Grosso do Sul, com a palestra “A Fortaleza e a Fé”, que explora a relação entre a capela do Forte e a devoção a Nossa Senhora do Carmo.

“Minha apresentação vai reunir a arquitetura do Forte com a importância espiritual da capela e o papel de Nossa Senhora do Carmo na história de Coimbra. É um encontro entre pedra e fé,” diz Rubens.

Programação em três atos - O evento se divide em três dias:
21 de novembro – Distrito de Coimbra
• 17h: Receptivo pelo Exército
• 18h: Exibição do documentário Filhos de Coimbra
• 18h20: Apresentação do Dossiê da Festa Nossa Senhora do Carmo
• 18h40: Palestra com o Exército Brasileiro

22 de novembro – Coimbra e Corumbá
• 9h30: Visita guiada ao Forte de Coimbra com estudantes de Arquitetura da UFMS
• 11h: Almoço e retorno a Corumbá
• 17h: Visitas ao Instituto Homem Pantaneiro e Casario do Porto

23 de novembro – Centro de Convenções do Pantanal
• 08h: Credenciamento e abertura
• 08h20: Palestra Arquitetura Militar Moderna – Dra. Margareth Escobar Ribas (UFMS)
• 09h20: Palestra A Fortaleza e a Fé – Msc. Rubens Moraes da Costa Marques
• 14h20: Palestra Plano de Conservação do Forte de Coimbra – Msc. João Henrique dos Santos (IPHAN/MS)
• 15h20: Palestra O Contexto Sociocultural da Festividade de Nossa Senhora do Carmo – Dr. Joelson Pereira (UFGD)

Um lugar de memória - O evento também resgata a importância simbólica do Forte na cultura local. Para muitos, ele é mais do que uma construção: é um marco de resistência e fé. Ao trazer especialistas, estudantes e a comunidade para debater e revisitar o Forte, o encontro busca fortalecer a preservação de um patrimônio que é, ao mesmo tempo, pedra e história viva.


Da redação!


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