A moeda
norte-americana teve um recuo de 0,32%, vendida a R$ 5,0444.
O dólar
fechou a sessão desta quinta-feira (2) em queda. Durante a
sessão, a moeda chegou a ser negociada a R$ 4,9417, na mínima do dia e abaixo de R$ 5 pela primeira
vez desde junho do ano passado.
O movimento vem depois de uma nova
desaceleração na alta dos juros nos Estados Unidos e da manutenção da taxa básica de juros
(Selic) em patamar elevado pelo Banco Central, que favorecem o real.
Ao final da sessão, o dólar fechou em
queda de 0,32%, cotado a R$ 5,0444. Veja mais cotações.
Na quarta-feira, a moeda norte-americana
recuou 0,25%, a R$ 5,0604. Com
o resultado de hoje, o dólar passou a acumular perda de 1,30% na semana, de
0,57% no mês e de 4,43% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O tombo do dólar foi
desencadeado em parte pela decisão da véspera do Federal Reserve (BC dos EUA) de elevar a meta de taxa de juros
em 0,25 ponto percentual, uma desaceleração em relação a
aumentos anteriores de 0,50 e até 0,75 ponto.
"Ganhou
força desde o final do ano passado a ideia de que o Fed ia
desacelerar a alta de juros, e isso se concretizou ontem e enfraquece o dólar
em relação às moedas todas, é um movimento global", disse à Reuters Bruno
Mori, planejador financeiro pela Planejar.
Além disso, na quarta-feira (1º) o Banco
Central do Brasil decidiu
manter a Selic em 13,75% ao ano e ressaltou que a incerteza
fiscal e a deterioração nas expectativas de inflação do mercado elevam o custo
para que a autoridade monetária atinja suas metas, sugerindo taxas altas por
mais tempo.
"A ideia de que os juros não vão
cair tão cedo ganham cada vez mais força e evidência prática, e o fluxo para o
mercado local tende cada vez mais a aumentar", explicou Mori, destacando o
amplo espaço entre os patamares de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Quanto
maior o diferencial entre os custos dos empréstimos domésticos e
internacionais, mais atraente fica o real para uso em estratégias de
"carry trade", que consistem na contratação de empréstimo em país de
juro baixo e aplicação desses recursos em praça mais rentável. Desta forma, a
manutenção da Selic no nível elevado atual e um arrefecimento do aperto
monetário do Fed jogam a favor da divisa brasileira.
Com o real
nadando a favor da correnteza, a tendência
para o mês de fevereiro é de que o dólar rompa definitivamente a barreira dos
R$ 5 para baixo, acrescentou o especialista à Reuters.
Nesta quinta, o Banco Central Europeu aumentou
novamente as taxas de juros e indicou pelo menos mais uma alta no próximo mês.
O BCE vem aumentando os juros a um ritmo recorde para combater o repentino
surto de inflação na zona do euro. O banco central dos 20 países que
compartilham o euro aumentou a taxa de depósitos bancários em mais 0,5 ponto
percentual, para 2,5%. O banco ainda afirmou que o próximo aumento da taxa será
do mesmo tamanho.
Eleições no Congresso ajudam
Alguns investidores apontaram o
resultado das eleições para as lideranças do Congresso como um suporte
adicional para o real, depois que o governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva conseguiu o que queria ao ver reeleitos
Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como
presidente do Senado.
"Câmara e Senado consolidaram
condições de governabilidade melhores, isso é superpositivo para a questão da
atividade (econômica)", disse Mori, que também citou uma reabertura
econômica na China como
outro impulso para a divisa doméstica e outras moedas de países emergentes.
Por g1
02/02/2023