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Lançamento do livro Diário de Uma Repórter no Pantanal’ acontece nesta segunda-feira (5) em Corumbá

Publicada em: 02/12/2022 16:07 - Variedades

Jornalista Cláudia Gaigher lança seu livro ‘Diário de Uma Repórter no Pantanal’ na próxima segunda-feira (5), às 18h30, no Memorial do Homem Pantaneiro, em Corumbá (MS). O mesmo já foi lançado nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Vitória (ES) e Cachoeiro de Itapemirim (ES).

 

Com sensibilidade poética e excelência no fazer jornalístico, Cláudia revela, em ‘Diário de Uma Repórter no Pantana’, bastidores de 24 anos de comprometimento na defesa e preservação de um dos mais ricos biomas do Brasil.

Neste ano, milhões de brasileiros diariamente fizeram do remake global de Pantanal, novela de Benedito Ruy Barbosa primeiramente exibida em 1990, e adaptada pelo seu neto, Bruno Luperi, para os dias atuais, um fenômeno de audiência. Desde 1998, os encantos, mistérios e desafios para a conservação da maior planície alagável do planeta fazem parte do dia a dia da jornalista capixaba Cláudia Gaigher. Trabalhando como repórter de rede nacional e baseada na TV Morena, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso do Sul, Cláudia adotou o Pantanal como a sua casa, local de trabalho e fonte de inspiração e causa.

Por meio de suas matérias, exibidas em edições do Fantástico, do Jornal Nacional, do Globo Repórter, nos telejornais de rede nacional da Rede Globo, e na Globonews, Cláudia apresenta ao Brasil um Pantanal profundo, de uma exuberante fauna e flora, mas também cenário de violentos conflitos e constantes ameaças ambientais.

Em Diário de Uma Repórter no Pantanal, livro editado pela organização Documenta Pantanal, Cláudia reúne 30 histórias de bastidores de suas urgentes e necessárias reportagens, produzidas ao longo dos últimos 24 anos, período de grandes transformações. Quem não se lembra, por exemplo, da cobertura dos grandes incêndios em 2020? Cláudia atuou incansavelmente, mostrando ao Brasil e ao mundo a maior catástrofe das últimas décadas, onde quase 30% do bioma viraram cinzas.

Partiu também de uma reportagem dela a denúncia de crianças sem escolas e que catavam iscas pra sobreviver nos alagados do interior do Pantanal, mostrando a dificuldade dos ribeirinhos. A reportagem gerou comoção e ação resultando na construção e reabertura de dezenas de escolas às margens do rio Paraguai.

A jornalista também deu voz e visibilidade a iniciativas essenciais, acompanhando e mostrando ao longo das décadas os avanços das pesquisas de conservação de espécies emblemáticas como a arara azul, a onça-pintada, a ariranha, entre outras. Em textos embasados nas pesquisas científicas e no conhecimento tradicional, a jornalista faz um mergulho na história da colonização do Brasil Central.

“Tivemos aqui, no início dos anos 2000, uma disputa fundiária que permanece até hoje, com vários assassinatos de lideranças indígenas, e a questão da demora do poder judiciário e do Executivo em definir quais são as áreas tradicionais e ancestrais. Mais do que isso, existe aqui uma prática que também se replica em outras regiões do Brasil, em que a união e o poder público chancelam a ocupação de áreas indígenas por conta do agronegócio. Essa cultura de impunidade faz com que a nossa flora e a nossa fauna também estejam constantemente pressionadas”, explica.

Em 2022, os brutais assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips escancararam o elevado grau de risco a que, no Brasil, estão expostos profissionais dedicados à defesa e preservação do meio ambiente. Realidade vivenciada por Cláudia há mais de duas décadas.

“A coragem é necessária para tudo o que a gente faz na vida, e tem que ser uma coragem de quem não quer ser mártir. E a gente só consegue isso quando faz um jornalismo independente, calcado em informações reais. Mais do que isso, também é importante que você tenha uma rede de fontes, porque quando você cria essa rede, cria também uma rede de proteção e tem ali centenas de pessoas que estão comungando contigo a busca pela informação. Nunca fui a campo fazer uma reportagem sem que várias pessoas de minha confiança soubessem o que eu estava fazendo e quais eram os pontos onde eu estaria. Quando você faz um trabalho sério e tem essa rede, não é que esteja livre das violências que a gente tem visto contra os jornalistas, mas pelo menos diminui um pouco esse risco”, explica.

Viajando pelo Brasil para fazer reportagens para os telejornais da TV Globo, Cláudia também se aprofundou nos temas relacionados aos biomas Cerrado e Amazônico. Revelando lendas locais, como as do Velho do Rio e do Mãozão, versão pantaneira do lobisomem, ou dando voz a dezenas de personagens anônimos e figuras consagradas, como o violeiro Almir Sater e o poeta Manoel de Barros, com o poder de observação dos melhores cronistas e a sensibilidade poética aguçada pela beleza mística do Pantanal, Cláudia produz uma narrativa que muito revela sobre a excelência do fazer jornalístico, e que também desperta o fascínio de qualquer leitor.

“Não penso num público específico para o livro. O que tento compartilhar com meus escritos é esse amor que eu tenho por ter nascido no Brasil, por me orgulhar das diferenças que compõem a nossa identidade, a nossa alma. E, mais do que tudo, me orgulhar dessa biodiversidade que só o Brasil tem. Se eu puder plantar essa semente no coração e na mente das pessoas e fazer com que elas tomem uma atitude, fazendo doações para as pesquisas, cobrando, do poder público, posturas mais sustentáveis, eu vou ter ganhado o melhor de todos os prêmios e presentes”, conclui.

Documenta Pantanal

A publicação de Diário de Uma Repórter no Pantanal foi integralmente financiada pela Documenta Pantanal, uma iniciativa que reúne profissionais de áreas diversas comprometidos com a urgência de tornar as fragilidades e as riquezas do Pantanal mato-grossense conhecidas do grande público.

Entre outros títulos, a Documenta Pantanal viabilizou a publicação de Céu e Inferno em Terras Alagadas (Editora Origem, 2021), do fotógrafo José Medeiros, Cozinha Pantaneira – Comitiva de Sabores (Editora BEI, 2020), do chef Paulo Machado, e Pantanal – Serra do Amolar (Terra Brasil, 2021), do fotojornalista Araquém Alcântara.

“O livro da Cláudia engrandece a produção editorial assinada pela Documenta Pantanal e seus apoiadores. É um relato potente, de uma profissional que dedicou anos de sua vida documentando, por meio de matérias jornalísticas, esse bioma que é a inspiração maior de nossa iniciativa e de todas as ações que desenvolvemos.”, destaca Mônica Guimarães, coordenadora do Documenta Pantanal.

SERVIÇO

Diário de uma Repórter no Pantanal, Cláudia Gaigher (Documenta Pantanal, 2022, 360 páginas, ISBN 978-65-996829-2-9). Valor: R$ 60,00.

Coordenação geral: Documenta Pantanal – Mônica Guimarães. Projeto gráfico: Luciana Facchini. Ilustrações de capa e miolo: Rafaela Pascotto. Preparacão: Laura Moreira. Revisão: Jonathan Busato. Coordenação editorial e producão gráfica: Heloisa Vasconcellos. Diagramação: Spress

Lançamento e bate-papo: Memorial do Homem Pantaneiro, em Corumbá.

Na segunda-feira (5), às 18h30.

 

Memorial do Homem Pantaneiro

Dentro da proposta do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) de valorização do patrimônio histórico-cultural da região, o projeto museográfico Memorial Homem Pantaneiro visa a preservação da memória e a divulgação da identidade cultural regional.

Os processos históricos na formação do ethos pantaneiro estão expostos em suportes didáticos, artes cênicas, documentários e vídeo instalações. O Memorial abriga também espaços para exposições temporárias, biblioteca e sala de vídeos.

O museu funciona no edifício Casa Vasquez & Filhos, onde também está a sede do IHP. Trata-se de um dos prédios históricos mais importantes da cidade de Corumbá (MS) e representa um período de efervescência econômica e cultural da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e recuperado pelo Programa Monumenta, do Ministério da Cultura.



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