...“Em agosto de 1974 iniciei a carreira no jornalismo na
condição de radialista, falando pelos microfones da Rádio Clube de Corumbá,
aonde fiquei por quase seis meses, até ser contratado pela Rádio Difusora. Nas
duas emissoras, uma pessoa me acompanhava, na audiência e pessoalmente. Vivia
rondando os espaços próximos dessas rádios, até o dia em que o convidei para
assistir a um dos programas dentro do estúdio.
Ele era jovem, da minha idade (19 anos), e queria
oportunidade de ser radialista. Em princípio, seria muito difícil. Tinha uma
fala meio atrapalhada, uma voz mais para o grave, porém sem um conhecimento
vernacular mínimo para a profissão. Mas ele não se desencorajava com o
"não".
Eu me tornei radialista após ser aprovado em um teste
rigoroso de dicção, desenvoltura e conhecimentos básicos, com um detalhe: eu
era quase que completamente gago. Mas passei no teste. Sem gaguejar uma única
vez. É que eu combatia a gagueira cantando ou recitando poemas em casa, no
banheiro, na rua, no futebol. E então pensei: "Basta querer e lutar para
ser". Assim, chamei o fã para perto do estúdio. Meu primo, Jonas de
Lima, reforçou o incentivo.
E foi assim, cirandeando entre Clube e Difusora,
caitituando por si e por seu sonho, aquele moço simples e alegre teve o seu
dia. Já estava íntimo dos locutores e sonoplastas, quando num desses programas
de mensagens para a área rural - "Alô Pantanal", se não me falha a
memória - alguém o chamou para ler um dos recados. Era de alguém, na cidade,
avisando a um parente que estava à espera da encomenda de bananas do Porto
Rolón.
O moço leu o recado . Tremia um pouco, a voz debatia-se com
a emoção e a ansiedade atropelava o ritmo da locução. Mas o recado foi dado e
nos dias seguintes lá estava ele, submetido a outros testes. Realizava, assim,
o seu sonho, um sonho que durou mais de 40 anos e poderia durar muito mais, não
fosse interrompido brutal e criminosamente na manhã deste sábado.
O radialista, de 67 janeiros, estava indo de bicicleta
fazer seu programa na Rádio Clube.
Foi atropelado por um carro conduzido em alta velocidade.
Por trás. Sem contemplação. O atropelador não parou. Continuou a toda
velocidade, não prestou socorro.
Sentiremos saudade desse menino ladarense, flamenguista e
contador de histórias, de olhar doce e jeito simples, que entrava regularmente
nos lares pantaneiros para transmitir os recados dos ouvintes e distribuir
otimismo. “
Descanse em paz, Ronaldo Ney Santana.
Alô, Pantanal. É a Hora do Fazendeiro.
Alô Éden, Alô Fazenda Paraíso! Ronaldo Ney está na área!
Quem ouvir, favor avisar!!!!!
Por: (Edson Moraes - Em 16.04.2022)
- Vamos sentir muitas saudades Ronaldo !!!
Saudades da sua amizade, da sua simplicidade, da sua
dedicação, do seu talento e do seu jeito especial de ser.
Obrigado por tudo que fez pela radiofonia corumbaense.
Vi o vídeo.
Revoltante a maneira como você foi atropelado.
Seguia para trabalhar desde cedinho como sempre fez na
vida.
Tanto espaço na via e o condutor preferiu passar por cima
de você.
Deus o tenha querido amigo - irmão Ronaldo Ney.
Nós, colegas e ouvintes, vamos sentir muito a sua falta.
Por: Jonas de Lima
Morre atropelado radialista Ronaldo
Ney!
Foi por volta das 05h38,
quando Ronaldo seguia de bicicleta para a rádio comunitária Pantaneira.
De acordo com informações do boletim de
ocorrência, uma testemunha viu quando um veículo de cor preta ou azul escuro,
que seguia no sentido norte/sul, atropelou o radialista, que trafegava na mesma
direção. O condutor fugiu sem prestar socorro.
O radialista Ronaldo Ney Pinto de Santana, de 67 anos,faleceu neste sábado (16), após ser atropelado na rua Cyríaco de Toledo, próximo a escola municipal Ângela Maria Perez, na parte alta de Corumbá.
Descanse em paz peão!
Da redação!