Imensa quantidade de água tem causado inundações gigantescas, alagado cidades e derrubado casas na Alemanha e em países vizinhos. Número de vítimas pode crescer consideravelmente.
Ao
menos 117 pessoas morreram devido às chuvas que têm caído nos últimos dias na
Europa e estão fazendo os rios transbordarem e levarem tudo pelo caminho.
A
tragédia ocorre principalmente na Alemanha, onde 103
mortes foram confirmadas até o momento e 1,3 mil pessoas estão desaparecidas apenas em um
distrito ao sul de Colônia, no oeste do país.
Mas as chuvas têm causado transtornos também
na Bélgica,
na Holanda,
na França,
na Suíça e
em Luxemburgo,
embora em menor intensidade. Há também
14 mortos e 4 desaparecidos na Bélgica.
O
número de vítimas pode aumentar consideravelmente, com relatos de deslizamentos de
terra e casas sendo arrastadas pela água ou desabando devido à força da água
nesta sexta-feira (16).
Imagens áreas divulgadas pelas autoridades do distrito de Colônia
mostram uma cratera formada por um deslizamento de terra imenso causado pelo
excesso de água, que arrastou lama e destroços (veja na imagem acima).
O
que se sabe até o momento:
·
113 mortos na Alemanha
·
14 mortos e 4 desaparecidos na Bélgica
·
As regiões mais afetadas na Alemanha são os
estados da Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado
·
1,3 mil pessoas desaparecidas no distrito de Ahrweiler, na Renânia do
Norte-Vestfália, a cerca de 40 km ao sul da cidade de Colônia
·
114 mil casas estão sem energia nos 2 estados, segundo a maior empresa
de distribuição do país
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu nesta sexta um firme comprometimento com a luta contra as mudanças climáticas e
afirmou que esta é a única alternativa para frear fenômenos meteorológicos
extremos, como as chuvas intensas que castigam o país.
"Apenas se nos comprometermos de forma resoluta com a luta contra
as mudanças climáticas poderemos controlar condições meteorológicas extremas
como as que vivemos atualmente", afirmou Steinmeier em um pronunciamento,
em que disse estar "profundamente arrasado" pela
"tragédia".
1,3 mil desaparecidos
As fortes enchentes no oeste da Alemanha transformaram ruas em rios com
correntezas violentas, que "varreram" carros, arrancaram árvores e
derrubaram ou arrastaram algumas edificações.
Comunidades
inteiras ficaram em ruínas após rios transbordarem e varreram cidades e vilas, sobretudo nos
estados alemães da Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado.
Autoridades alemãs confirmam que 1,3 mil pessoas são consideradas
"não reportadas" apenas no distrito de Bad Neuenahr-Ahrweiler, ao sul
da cidade de Colônia.
Ainda
não é possível saber quantas estão com problemas de comunicação e quantas podem
ser vítimas ainda não localizadas (veja mais abaixo).
Em Erftstadt-Blessem, "as casas foram em grande parte destruídas e
algumas desabaram", disseram as autoridades locais em uma rede social.
"Várias pessoas estão desaparecidas".
Infrarestrutura danificada
As redes de telefonia móvel entraram em colapso em algumas das regiões
atingidas pelas enchentes, e pessoas não estão conseguindo falar com familiares
e amigos desaparecidos.
Ao
menos 114 mil casas estão sem energia nos estados da Renânia do
Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado nesta sexta, anunciou a Westnetz, maior
empresa de distribuição do país.
A infraestrutura foi completamente destruída e a reconstrução custará
muito tempo e dinheiro, disse a premiê da Renânia-Palatinado, Malu Dreyer, a
uma televisão alemã. "O sofrimento continua aumentando".
Merkel nos EUA
A chanceler alemã, Angela Merkel, está em visita oficial aos Estados
Unidos. É a sua última viagem ao país antes de deixar o cargo, em setembro.
Sobre as chuvas, Merkel afirmou na quinta-feira (15) que "é um dia
que se caracteriza pelo medo, pelo desespero e pelo sofrimento", pois
"pequenos rios se transformaram em torrentes inundadas e
devastadoras".
"Eu ofereço minha empatia e meu coração está com as pessoas que
perderam entes queridos. Incluo aqueles na Bélgica, em Luxemburgo e na
Holanda", afirmou a chanceler, dizendo que a extensão total da tragédia só
será conhecida nos próximos dias.
Cidades afetadas
As autoridades do estado da Renânia do Norte-Vestfália disseram que pelo
menos 30 pessoas morreram, enquanto 28 mortes foram relatadas no estado da
Renânia-Palatinado, ao sul.
Casas desabaram e foram arrastadas pelas águas na aldeia de Schuld, onde
muitos estão desaparecidos e quatro mortes já foram confirmadas.
Outras duas pessoas morreram em porões inundados nas proximidades de
Solingen e Unna. A polícia relatou outra morte no município de Rheinbach.
Trabalhos de resgate
Socorristas tentam evacuar pessoas que subiram nos telhados para se
protegerem das chuvas, e dois bombeiros morreram durante os trabalhos de
resgate nas cidades de Altena e Werdohl.
Os serviços de emergência abriram uma linha telefônica para coletar
informações sobre os desaparecidos e pediram aos moradores que enviem vídeos e
fotos que possam ajudá-los na busca.
As autoridades locais também pediram aos afetados que fiquem em casa e, se
for possível, nos andares mais altos de seus edifícios.
Em Wuppertal, autoridades alertam que uma barragem ameaçava estourar.
No condado de Rhine-Sieg, ao sul de Colônia, a polícia ordenou a
evacuação de vários vilarejos abaixo do reservatório Steinbachtal, em meio a
temores de que a barragem também pudesse romper.
Inundações na Bélgica
Na Bélgica, chuvas constantes durante a noite pioraram as
inundações no leste do país, onde 14 pessoas morreram e 4 estão desaparecidas.
Mais de 21 mil pessoas continuavam sem eletricidade na região da
Valônia.
As principais rodovias foram inundadas nas partes sul e leste do país na
quinta-feira (15), e a companhia ferroviária disse que todos os trens foram
parados.
Em Liège, uma cidade de 200 mil habitantes, o rio Meuse transbordou e o
prefeito pediu às pessoas que moram nas proximidades para que se refugiassem em
locais mais altos.
Cerca de 10 casas desabaram em Pepinster, após o rio Vesdre inundar a
cidade. Moradores foram evacuados de mais de mil casas.
E na Holanda, na França...
No sul da Holanda, perto das fronteiras com a Alemanha e a Bélgica,
autoridades da cidade de Valkenburg evacuaram uma casa de repouso e um hospício
durante a noite.
Uma enchente também transformou a rua principal da cidade turística em
um rio.
O governo holandês enviou cerca de 70 soldados à província de Limburg na
noite de quarta-feira (14). Não há relatos de feridos ou mortos relacionados a
enchentes na Holanda até o momento.
Chuvas excepcionalmente intensas também inundaram uma parte do nordeste
da França nesta semana, derrubando árvores e forçando o fechamento de dezenas
de estradas.
Uma rota de trem para Luxemburgo foi interrompida e os bombeiros
evacuaram dezenas de pessoas de casas perto da fronteira com Luxemburgo e
Alemanha e na região de Marne.
O equivalente a dois meses de chuva caiu em algumas áreas nos últimos
dias, segundo o serviço nacional de meteorologia da França.
Por G1