Tallyta
Cerqueira, de 32 anos, perdeu a mãe, o pai e a avó para a Covid-19 em março,
com diferença de menos de um mês entre as mortes. Ao receber a vacina contra o
coronavírus, ela se emocionou ao relembrar as perdas.
No dia de
receber a primeira dose do imunizante contra o vírus, Tallyta levou um cartaz
com o recado de que a vida não espera e, embaixo, colocou as datas de quando
perdeu os familiares para a doença. De acordo com ela, o objetivo foi
homenagear os parentes “que se foram, dessa forma horrível”.
“Tivemos
todos os cuidados pensando que um dia no futuro a vacina chegaria para todos,
infelizmente eles não tiveram chance. Muito revoltante saber que minha vó já
estaria vacinada, e meus pais estariam vacinando por esses dias, mas não
tiveram a chance, porque aqui ainda não estava ocorrendo a vacinação. Mesmo com
todos os cuidados passamos por isso que nos devastou, e não pudemos fazer
nada”, contou Cerqueira.
“Com a
placa, eu quis mais mostrar que a doença existe sim, e que se alguém ainda não
se conscientizou por que não perdeu nenhum familiar, eu perdi praticamente toda
a minha família. Então, se as pessoas ainda têm seus entes queridos vivos, ao
seu lado, façam de tudo para que permaneça dessa maneira”, alertou Tallyta.
A mulher
reforçou a importância de demonstrar o que se sente. “Sejam atenciosos,
presentes, demonstrem o que sentem… falem, conversem, resolvam as pendências e
desentendimentos… a vida é muito breve”, afirmou.
Luta
contra a Covid
De acordo
com o G1, a primeira pessoa a testar positivo na família de Tallyta foi a avó,
ainda em fevereiro. Ela foi internada, mas não resistiu e morreu no dia 11 de
março. Na sequência, o marido, a mãe, o pai e a sogra da jovem foram
diagnosticados com a doença e também foram internados. Cerqueira e o irmão também
foram infectados, mas ficaram em casa.
Tallyta
viu o marido e a sogra se recuperarem, mas acabou perdendo o pai e a mãe, com
15 dias de diferença. “Passamos por muita coisa desde o primeiro teste
positivo, que foi o da minha avó. Eu nunca vou esquecer de ter que reconhecer
os corpos de toda a minha família, nunca vou esquecer as cenas na UTI”,
concluiu.
Fonte: Isto é