PF deflagrou operação nesta manhã
25/08/20
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta 3ª-feira (25. agosto), a Operação Expurgo para investigar atividades de lideranças e principais integrantes da facção criminosa Primeiro Comando Capital (PCC). Segundo a corporação, o nome da ofensiva "faz referência ao movimento de desfazer a estrutura da organização criminosa, evitando a sua expansão e domínio no Rio de Janeiro". Ao menos três suspeitos são alvos em Mato Grosso do Sul, onde segundo a PF, já se encontravam encarcerados. Em todo Brasil a PF cumpre 27 mandados, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernanbuco, Minas Gerais e Pará, além de MS.
Até a última atualização desta reportagem, sete pessoas haviam sido presas. Os mandados em MS, foram cumpridos por e-mail. Já que todos os alvos já estavam presos em penitenciárias do Estado. Eles são acusados de planejar instalação de base do PCC no Rio de Janeiro.
De acordo com a operação, duas ordens de prisão foram cumpridas contra detentos do Presídio Estadual de Segurança Máxima e uma na Gameleira, ambos em Campo Grande.
Do interior dos presídios, os investigados davam ordens e tomavam decisões no mundo do crime. Segundo a PF, para despistar, os criminosos trocavam frequentemente de chip de celular e usavam perfis sem foto nas redes sociais.
Diligências identificaram que os líderes no Rio, mesmo já presos, desempenhavam a "gestão criminosa" de dentro de presídios estaduais, de onde replicavam ordens e tomavam decisões a exemplo dos chamados "salves" dados pela cúpula da organização, indicou a Polícia Federal.
A corporação também apontou que a rede criminosa mostrou-se estruturada e organizada com base na hierarquia e disciplina, regidas por "Estatuto" e "Dicionário Disciplinar" próprios que estabeleciam condutas, protocolos a serem seguidos e até a aplicação de sanções em caso de descumprimento das determinações.
"Apurou-se também que a comunicação da organização criminosa era facilitada pelo uso de aplicativos e orientava a divisão de tarefas, permitindo a definição de atividades diárias, a realização de debates e a tomada de decisão; bem como a difusão de diretrizes a serem adotadas pelos membros e o monitoramento das atividades das forças de segurança estaduais", informou a PF em nota.
Segundo os investigadores, os presos serão autuados pelos crimes de tráfico de drogas e armas, "sem prejuízo de outras condutas ilícitas eventualmente identificadas no decorrer das investigações".
*Com informações do Estadão Conteúdo.