Setor hoteleiro aposta em 80% de ocupação da rede na virada do ano e elevou valor das diárias em 35%. Nas redes sociais, tem gente que revela que vai se acomodar em motel para conseguir pagar a conta.


Brasília não é normalmente a primeira opção de quem está em busca de um destino para passar as festas de final de ano. Mas, a cada 4 anos, o Distrito Federal entra na lista de lugares mais procurados por causa da posse do presidente da República, que inclusive pela última vez deve ocorrer no dia 1º de janeiro.

Alguns hotéis já atingiram a lotação máxima. E diante da alta procura, os preços das diárias estão nas alturas. E quem busca como alternativa plataformas de aluguel de hospedagens, como Airbnb, por exemplo, já tem dificuldades para agendamento. Quem encontra, tem que desembolsar dois mil reais de diária para até x pessoas. Para driblar os altos preços, tem gente que até partiu para acomodações em moteis. A expectativa do presidente da Associação Brasileira da Industria de Hoteis do DF, Henrique Severien, é que a rede hoteleira ultrapasse o índice de 80% de ocupação. Segundo ele, quem procura uma hospedagem para o reveillon, além de ter dificuldade para encontrar, vai sentir o peso no bolso, já que os hoteis estão operando com as tarifas com preço de balcão, cerca de 35% mais altas.

"a hotelaria funciona mais ou menos com as companhias aéreas. Então à medida que a aeonave vai lotando, as tarifas vão aumentando também. No caso de período de alta demanda, por exemplo nas férias, no avião, mesmo antes de haver lotação as companhias áreas, já se posicionam com tarifas mais elevadas porque sabem que naturalmente vão gozar aí de uma alta demanda. Então nesse período de final de ano acontece a mesma coisa"

Falando em companhia aérea, teve empresa que até colocou voo extra no dia primeiro de janeiro por conta da alta demanda. A Gol por exemplo, detectou muita procura em rotas pontuais e por isso colocou mais um voo saindo de São Paulo e outro do Rio de Janeiro com destino a Brasília no dia 1º de janeiro. A Latam registrou aumento de 30% em quantidade de passageiros no mesmo período, mas já opera com voos extras do início de dezembro ao final de janeiro.

Empresas de ônibus, que não exigem tanta antecedência nas compras, já registram aumento na demanda de cerca de 10%. Mas o que tem maior protagonismo mesmo são os ônibus de carana. Fazendo uma busca rápida em páginas de redes sociais, você encontra ofertas de caravanas de todos os cantos do país. Fiz contato com algumas e elas garantem que os apoiadores estão empenhados a viajar para acompanhar a posse. A Simone Caixeiro e o marido devem trazer 45 pessoas para a capital do país.

"a gente vai sair do Rio de Janeiro, passar por Nova Iguaçu em direção a Brasília. Como vai ser: ela vai sair daqui dia no dia 30 e retorna no dia 2 pra que as pessoas possam participar na Esplanada da posse. Não é a primeira vez que a gente organiza uma caravana, a gente já fez outras. Meu marido na posse do Lula em 2003, ele já levou uma caravana para posse do Lula"

Se você acha que viajar cerca de 1200 quilômetros já é uma missão, imagina mais de SETE MIL? Sim, tem gente que vem de outro país só por conta da posse. E não estou falando das delegações internacionais não, estou falando do Diogo Rocha, pernambucano que mora em Portugal.

"este ano antes das eleições eu já projetava tudo isso de viajar, de ir a posse... mas só com a confirmação, no dia seguinte, eu decidi meio que levado pela emoção e pela esperança. Aí foi quando bati o martelo e falei: "Não, eu preciso estar nessa festa da democracia

A posse presidencial está prevista para às três horas da tarde do dia 1º de janeiro de 2023. A expectativa é de uma festa com shows de artistas que apoiaram Lula na campanha.


cbn