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Análise: Flamengo "joga à Gabigol", atropela o Grêmio em nove minutos e acorda no Brasileirão

Início: 29/01/2021 08:59 | Fim: 30/01/2021 14:59
Ex-jogador foi decisivo em título da Libertadores pelo Verdão Campeão da Libertadores de 1999, Alex não vê favoritos na disputa entre Palmeiras e Santos no próximo sábado, quando os rivais de São Paulo entram em campo no Maracanã, às 17h (de Brasília), para decidir o título da competição sul-americana da temporada de 2020. Maior artilheiro do Verdão na história da Libertadores, com 12 gols, Alex tem no currículo clássicos importantes contra o Corinthians, nas edições de 1999 e 2000. Para o momento atual, não vê relação entre as campanhas. Mas destaca o apelo emocional do clássico paulista em uma decisão. – A Libertadores por si é diferente. Coloca o peso da decisão e se torna mais diferente. E teu adversário é do teu estado, está acostumado a enfrentá-lo e sabe o tamanho da história. O peso emocional desse jogo é muito grande para os dois lados. Todos envolvidos sabem aquilo que realmente representa Santos x Palmeiras – disse. – Já decidiram Paulista, Rio-São Paulo, Copa do Brasil, vagas para várias competições e hoje tem condição de decidir uma Libertadores. Esse peso emocional, histórico, as grandes camisas que carregam Palmeiras e Santos deixam isso muito maior do que é. Questionado sobre quem seria o favorito na decisão, Alex prevê um "equilíbrio total" no próximo sábado. – Expectativa é do melhor jogo possível. Minha torcida é que o Santos esteja no seu melhor dia e o Palmeiras esteja no seu melhor dia. Aí com certeza vamos ver um grande jogo. Alex faz parte da galeria de principais ídolos da história do Palmeiras. Ele foi campeão da Libertadores de 1999, com atuações de destaque em jogos importantes no mata-mata. Contra o Vasco, nas oitavas de final, ele marcou duas vezes na vitória por 4 a 2 do Verdão em São Januário. Na semifinal, o camisa 10 brilhou com mais dois gols na vitória por 3 a 0 contra o River Plate. Veja outros trechos da entrevista com Alex: Sobre pressão e decisão sem torcida – Quando você imagina futebol imagina público, joga futebol pelo público. Hoje infelizmente enfrenta uma pandemia e é uma necessidade do momento. Em 1999 existia uma relação entre campo e arquibancada muito grande. Esses jogadores jogam a Libertadores desde o primeiro minuto sem público, já sabem que vai ser assim. Seria duríssimo se tivessem jogado com público e na decisão não ter. Não é o caso. Estão adaptados a isso, infelizmente é o que temos no momento – Existe a pressão externa, de torcedor apoiar, mas a maior pressão é interna, como você assimila o jogo. Todos os jogadores ali tem uma história de vida para contar, foram crianças, sonharam e imaginaram estar em um momento como esse. Tem de ver como cada um vai carregar essa história neste momento. Pressão muitas vezes é interna, na maioria das vezes é o que dificulta mais, como agir naquele momento. Com ou sem público vai existir. Mudanças com Abel Ferreira – A partir do momento que você tira um treinador que tem 72 anos e traz um cara de 42 anos é uma mudança. A partir do momento que tira uma comissão que acompanhava o Vanderlei e traz outras pessoas que acompanham o Abel é uma segunda mudança. A partir do momento que você tira um carioca acostumado ao futebol brasileiro, que tinha suas ideias reconhecidas por muita gente, que muita gente aceita e gosta, outros não aceitam tanto e outros não gostam, e traz um cara que é novo com outras ideias e vindo da Europa é uma terceira mudança. – Poderia falar várias mudanças. Metodologia de treino, pedidos, jogadores, funcionamento do jogo, do campo, é uma outra linha, outro pensamento, outra pessoa. Isso é normal. Mas para mim o principal é o crescimento individual dos jogadores. Quem executa todas as ações, seja com Abel, Vanderlei, Felipão ou qualquer outro treinador, são os jogadores. O momento dos jogadores do Palmeiras quando o Abel chega já era melhor, já tinha evoluído com o Cebola. Tudo mudou. Título da Libertadores – A nível sul-americano a maior conquista é a Libertadores. Não quer dizer que te dá mais satisfação do que ganhar um Campeonato Brasileiro. Estou dizendo em termos de escalonamento. O primeiro nível sul-americano é a Libertadores. Quando você ganha ou quando chega numa decisão tem toda uma história por trás disso. É individual. Tem gente que pode ganhar um Rio-SP e por alguma história na competição vale muito. A Libertadores entra em um contexto especial para mim porque era o título que todos queriam, que o Palmeiras queria, era minha primeira participação como jogador na Libertadores. A conquista é maravilhosa. O teu nome, teu nível dentro daquele clube e dentro do futebol brasileiro e sul-americano é mais valorizado. Maratona de jogos – Depende do que o clube quer, do treinador que vai estar. Em 1999 o objetivo era ganhar a Libertadores. Isso era bem claro. Acredito que o objetivo do Palmeiras de hoje seja ganhar a Libertadores também. Muita gente fala do calendário, tem de ver o tamanho do teu time, do teu elenco, como você usa o elenco. O Palmeiras jogou no Nordeste no fim de semana, tem de ver que tipo de viagem fizeram, os jogadores que levaram. É muito do treinador, da comissão técnica, da realidade dos jogadores. Enquanto você estiver disputando jogos que estão valendo alguma coisa você vai jogando. Cansaço existe, mas não te pega muito porque quer jogar e vencer. Tem o lado positivo, que é estar ganhando e passando de fase, o lado negativo porque está se desgastando. Mas na hora do jogo em si, no sábado na hora que apitar nada disso vai ser levado em consideração. Decisivo com gol e assistências, atacante faz a diferença também com atitude vibrante e comanda equipe que criou cinco chances claras e fez três gols dos 11 aos 20 do segundo tempo Num passado não muito distante, a expressão "jogar à Flamengo" virou definição de um futebol bonito e vencedor. A beleza se foi, o favoritismo absoluto também, mas faltando seis rodadas para o fim do Brasileirão, a vitória sobre o Grêmio deixa uma lição: se não dá para encantar, é preciso competir. É preciso "jogar à Gabigol". Analisar a virada a jato, com três gols em nove minutos, no 4 a 2 da noite de quinta-feira em Porto Alegre vai além de questões meramente táticas ou técnicas. Passa muito pelo estado anímico de um Flamengo que se acostumou a sobrar na turma e parece perdido quando precisa fazer força para vencer no Brasileirão. E é aí que Gabriel transcende os 22 gols e 12 assistências em 37 jogos na temporada. Quando Rogério Ceni é tão criticado pela substituição na derrota para o Athletico-PR e justifica com deficiências defensivas do atacante, é preciso entender: não é apenas o que ele é capaz de fazer para o time. É também o que ele é capaz de fazer com o time. E o que se viu na Arena do Grêmio sintetiza isso. O tão criticado Flamengo de Rogério está longe de ser um time bagunçado, não é um time sem repertório e muito menos é pior do que os concorrentes pelo título. As tantas chances criadas e desperdiçadas mesmo em derrotas com cara de vexame como a do Ceará mostram isso. Falta, porém, jogar mais "à Gabigol". Gabigol na temporada 2020 • 37 jogos (34 como titular) • 34 participações diretas em gol • 22 gols (artilheiro da equipe ao lado de Pedro) • 12 assistências (principal garçom da equipe) Depois do empate com o Fortaleza, no Castelão, um profissional do clube me confidenciou: "O Gabigol faz muita falta. Com ele, o ambiente é diferente. Ele corre, grita, briga com o adversário, com o árbitro, reclama de si mesmo. Todo mundo fica mais ligado, até para cuidar dele". Análise perfeita. O Flamengo do primeiro tempo contra o Grêmio parecia um time sem forças para se impor. No jogo que valia a vida no campeonato, a equipe trocava a bola no ataque, esperava o adversário dar espaços. Uma postura de "deixa acontecer naturalmente". E aconteceu o gol gaúcho. Filipe Luís e Gerson estavam onde deviam estar, mas Alisson teve liberdade para puxar para o meio e cruzar. Gustavo Henrique e Arão também estavam onde deviam estar, mas Diego Souza infiltrou e testou com facilidade. Marcação passiva de um time que tem uma dificuldade imensa para machucar, e quando dá por si já foi machucado. Gabigol tinha sido a exceção no primeiro tempo. As duas chances desperdiçadas na frente de Vanderlei poderiam custar caro, mas também geraram sinais raros de indignação neste Flamengo. Sentimento transformado em poder de decisão na volta do intervalo. Com Arrascaeta pela esquerda e Bruno Henrique mais avançado, Rogério Ceni indicou o caminho que foi aberto por Gabigol. Incansável de um lado para o outro, o camisa 9 chacoalhava os companheiros a cada tentativa de jogada, pedia a bola e iniciou seu recital com passe na medida para Everton Ribeiro empatar aos 11. A chapada perfeita da entrada da área três minutos depois foi fundamental para o Flamengo não perder o pique, e a atitude somada a eficiência de Gabriel fizeram com que o time arrumado e cabisbaixo do primeiro tempo estufasse o peito para se impor de cabeça em pé sobre o Grêmio. Gabigol pelo Flamengo • 96 jogos • 65 gols • 23 assistências Dos 11 aos 20, foram nove minutos em que "jogar à Gabigol" fez o time também "jogar à Flamengo". Já em vantagem no placar, Arrascaeta e Ribeiro desperdiçaram chances claríssimas até que o uruguaio aproveitou mais uma assistência de Gabriel para fazer o 3 a 1. O Flamengo que tinha 45 minutos para sobreviver no Brasileirão precisou de apenas 20 e de Gabigol. As mudanças repetidas e insistentes de Rogério Ceni ainda fizeram com que o Grêmio crescesse. Por mais que troque peças com características similares, a diferença técnica gigantesca faz o time se retrair. Não são poucos os exemplos nestes 16 jogos com o treinador. Diego Souza diminuiu, Isla fez 4 a 2, e a verdade é que aqueles nove minutos foram suficientes. Faltando seis rodadas, o Flamengo está vivo na briga por mais um título do Brasileirão. Com 18 pontos em disputa e um confronto direto, a diferença é de quatro para o Inter. Seis partidas em que, antes de querer "jogar à Flamengo", é preciso "jogar à Gabigol". • FLAMENGO Por Cahê Mota — Rio de Janeiro 29/01/2021



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