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O dinheiro não acabou no Flamengo, mas chegou a hora de repensar investimentos: os números do 3º trimestre de 2020

Início: 03/12/2020 08:12 | Fim: 05/12/2020 13:12
Receitas caíram por causa da pandemia e das eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores, dívidas por compras de atletas precisam ser pagas. Landim conseguirá reorganizar ambições? São Paulo 03/12/2020 Absoluto no ano passado, sob a liderança do técnico Jorge Jesus, o Flamengo entrou em 2020 com a ambição de ganhar tudo de novo. Inclusive para efeitos orçamentários, o mínimo esperado pela diretoria era semifinal de Libertadores, final de Copa do Brasil, 2º lugar no Campeonato Brasileiro. Despesas foram feitas contando com as fases. A pandemia do coronavírus suspendeu competições e prejudicou receitas. O treinador fez as malas e foi embora para Portugal. Vieram as eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores, ambas muito antes do que a direção de Rodolfo Landim projetava. E as decepções acabarão por modificar o que se imaginava possível financeiramente. Se até então o clube fazia contas para comprar os direitos federativos do volante Thiago Maia e do atacante Pedro, este destaque da temporada, agora que as premiações mais generosas do futebol se tornaram inalcançáveis os planos provavelmente mudarão. Crise na Gávea? Só se for política. Financeiramente, o Flamengo tem uma situação administrável. Mas pela primeira vez em muitos anos a tendência é de que seja feita uma parada. Pelo menos é o que indicam os números até o 3º trimestre de 2020, analisados nesta série do ge. Receitas Todos os números foram retirados do balancete publicado pelo Flamengo. Eles foram classificados de maneira a facilitar a comparação com outros clubes. Este é o retrato de como estava a situação financeira em 30 de setembro, no fechamento do terceiro trimestre deste ano. Nas receitas, más notícias. A suspensão das competições por causa da pandemia prejudicou grande parte das fontes de arrecadação. De maneira geral, comparando as cifras obtidas até setembro com o mesmo mês do ano passado, a queda contábil foi de R$ 142 milhões. Flamengo set/19 set/20 Variação Televisão 159 87 -72 Marketing e comecial 73 93 +20 Bilheterias e estádio 65 29 -37 Associados 50 63 +13 Atletas 298 221 -77 Outros 7 17 +10 Receitas 652 510 -142 Fonte: Balanços financeiros Contábil porque há uma complicação a considerar. A contabilidade indica que os valores dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, em televisão, sejam registrados de acordo com a realização do torneio. Porém o dinheiro registrado no "fluxo de caixa" segue um cronograma diferente – a grana que efetivamente bateu na conta. Não entendeu? Não tem problema. O que realmente importa nessa história: apesar de até o terceiro trimestre haver R$ 87 milhões contabilizados em televisão, o dinheiro que entrou no caixa foi maior. Então de maneira prática a receita foi um pouco maior – e o prejuízo lá na última linha não existiu. Culpem os contadores, não o jornalista. Aliás, as eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores terão seu efeito sentido nessa linha dos direitos de transmissão. Como as "premiações" são oriundas do dinheiro que a televisão paga para as entidades organizadoras, nos balanços é assim que são classificadas. Por mais que exista uma dificuldade contábil para a interpretação dos números, fato é que o Flamengo não cumprirá mais o valor que tinha calculado para a temporada. No total, o clube deveria arrecadar R$ 283 milhões com televisão até o fim do ano. O Campeonato Brasileiro tem remunerações variáveis, mas será quase impossível bater a projeção. No Maracanã está o efeito mais adverso da pandemia do coronavírus. Com as competições suspensas, depois com o reinício a portões fechados, bilheterias praticamente zeraram. Outras receitas do estádio foram prejudicadas. O Flamengo contava com R$ 108 milhões nesse quesito e deverá terminar o ano com menos de um terço disso. Há boas notícias ainda nesta parte do faturamento. A receita com sócios-torcedores aumentou, as mensalidades de sócios patrimoniais continuaram a render a mesma coisa. No contexto da pandemia, o clube pôde contar com o torcedor para compensar as perdas. Patrocínios e royalties sobre licenciamentos, ambos reunidos no quadro acima e "marketing e comercial", também registraram um aumento em relação ao mesmo período do ano passado. Outros clubes de futebol não conseguiram fazer o mesmo movimento neste contexto de crise. Nas transferências de atletas, o valor corresponde principalmente a: R$ 139 milhões por Reinier para o Real Madrid R$ 24 milhões por Pablo Marí para o Arsenal R$ 17 milhões por Vinicius Souza para o Lommel R$ 10 milhões por Caio Roque para o Lommel R$ 5 milhões por Matheus Sávio para o Desportivo Brasil Despesas Como entrou menos dinheiro de um lado, a prudência recomenda que saia menos do outro. E o Flamengo foi mais ou menos nessa linha. Com exceção à folha salarial, todas as despesas foram reduzidas em setembro na comparação ao mesmo período do ano passado. Em R$ milhões set/19 (realizado) set/20 (realizado) Variação Deduções 11 10 -1 Folha salarial* 204 232 +28 Demais despesas do futebol 269 206 -63 Administrativas 40 31 -9 Sociais e esportes amadores 4 3 -1 Despesas 528 482 -46 Fonte: Balanços financeiros *O Flamengo não faz a distinção da folha do futebol profissional de esportes amadores e atividades e sociais. O valor engloba tudo A folha salarial inclui salários, encargos trabalhistas e direitos de imagem e de arena do futebol profissional, da base e de outros esportes. A qualidade do elenco em campo está refletida principalmente nesta linha. Uma vez que a suspensão dos campeonatos também acabou por um tempo com viagens, hospedagens etc, era de se esperar que despesas naturalmente diminuíssem. Muitas rubricas caíram pela metade. O problema, em linhas gerais, é que a redução dos gastos foi menor do que a queda das receitas. Isso fez com que uma previsão de superavit (lucro) de R$ 75 milhões no ano passado virasse deficit (prejuízo) de R$ 20 milhões neste. Lembrando que parte disso, por causa da televisão, é "apenas" contábil. Em condições normais haveria um pequeno superavit. Por Rodrigo Capelo Jornalista especializado em negócios do esporte



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