Início: 19/11/2020 07:01 | Fim: 21/11/2020 09:01
Timão divulga balancete com resultados do último trimestre; veja gráficos e valores
O Corinthians fechou os nove primeiros meses de 2020 com as contas no vermelho. Em balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira, o clube apresentou um deficit de R$ 6,2 milhões até setembro deste ano. No último trimestre (julho, agosto e setembro), o Timão registrou resultado negativo de R$ 10,6 milhões.
Afetado pela pandemia do novo coronavírus, o Corinthians também viu sua dívida seguir em alta. Até junho deste ano, ela era de R$ 902 milhões. Em setembro, ficou em R$ 920,3 milhões (crescimento de 38,3% em relação ao fim de 2019, quando era de R$ 665 milhões)
O Timão adota critérios diferentes do ge e considera a dívida como sendo de R$ 824 milhões. As duas contas não englobam o financiamento da Arena - a Caixa Econômica Federal cobra R$ 536 milhões na Justiça.
No primeiro semestre, "turbinado" pela venda de jogadores, o Corinthians conseguiu fechar as contas no azul em R$ 4,39 milhões. Mesmo assim, a dívida já vinha em alta.
Em nota técnica, o departamento financeiro do Timão apontou que o resultado negativo de R$ 10,6 milhões somente no terceiro trimestre foi "causado basicamente pela reversão de valores de patrocínios, afetados pela rescisão de um contrato e pela renegociação de valores de outros contratos vigentes. A situação atípica da Covid-19 no exercício de 2020 tem sido argumento frequente para essas operações."
No curto prazo (vencimento de até um ano), a dívida do Corinthians é de R$ 567 milhões. Isso engloba empréstimos, obrigações com fornecedores, direitos de imagem atrasados, encagos sociais, impostos, entre outros. Já no longo prazo, o endividamento está mais equacionado, sendo R$ 305 milhões referentes a tributos parcelados.
Evolução da dívida do Corinthians
Milhões de reais
Endividamento
2015
2016
2017
2018
2019
Junho de2020
Setembrode 2020
300
400
500
600
700
800
900
1000
2018
● Endividamento: 469
Em 2020, a maior fonte de receitas do Timão tem sido a venda de jogadores. Até setembro, a arrecadação com transferências foi de R$ 186,4 milhões (inclui também valores recebidos via mecanismo de solidariedade).
O Timão negociou André Luis, Clayson, Júnior Urso e Pedrinho, Pedro Henrique e Carlos Augusto além de fatias dos direitos de Claudinho e Gustagol.
A dívida do Corinthians com os direitos de imagem dos jogadores caiu. Era de R$ 116 milhões no primeiro semestre de 2020 e desceu para R$ 105 milhões. O mesmo aconteceu com empréstimos e financiamentos: baixando de R$ 88 milhões para R$ 80 (confira no gráfico abaixo).
Composição da dívida do Corinthians de curto prazo
Valores que o Timão precisa pagar em até um ano
R$ em milhões de reais
80,280,2
215,7215,7
105,2105,2
122,3122,3
4,84,8
22,422,4
16,216,2
Empréstimos e financiamentos
Fornecedores
Direitos de imagem
Obrigações e encargos sociais
Obrigações tributárias
Tributos parcelados
Outras contas
0
50
100
150
200
250
Por conta da pandemia do coronavírus, o Timão cortou uma série de despesas. Funcionários sofreram redução salarial de até 70%, ajudas de custos de atletas foram suspensas e equipes de algumas modalidades foram encerradas.
A paralisação no futebol aumentou as dificuldades, com quedas nas receitas de Fiel Torcedor, direitos de TV e patrocinadores.
Nesta quarta, conforme revelado pelo ge, uma das patrocinadoras do clube rompeu o contrato, tirando do Corinthians um faturamento em 2021 de R$ 6,2 milhões.
Receitas do Corinthians até setembro de 2020
R$ em milhões de reais
186,4186,4
129,8129,8
55,255,2
7,37,3
12,312,3
9,79,7
4,84,8
7,57,5
Vendas de jogadores
Direitos de TV
Patrocínios e publici…
Arrecadações de jog…
Premiações, Fiel Tor…
Contribuições dos s…
Explorações comerc…
Licenciamento e fra…
0
50
100
150
200
Por Ana Canhedo e Bruno Cassucci — São Paulo
18/11/2020
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